As práticas de conservação preventiva e de manutenção permanente do bem edificado não são da nossa tradição.
Recorrer à restauração depois que o edifício chega a alto nível de degradação tem sido regra. Não se incorporaram ainda em nosso meio, conceitos como o da prevalência da conservação sobre a restauração. Os riscos que uma restauração traz vem sendo ignorados, embora a Carta de Veneza, de todos conhecida, já alertasse para sua excepcionalidade. Não se disseminou ainda em nosso meio conceitos como de “ conhecer muito para intervir pouco” nem o de “ prevenir para não intervir”.
São constatações como essas que levaram o Grupo Tarefa a preparar este Manual cujo objetivo é contribuir para a mudança, necessária, de visão de preservação do Patrimônio Edificado. Ele poderá ser o ponto de partida para um processo de reeducação de técnicos, proprietários e usuários, na linha de uma preservação efetiva, porque preventiva.
Para sua elaboração contactamos as arquitetas Mariely Cabral de Santana e Griselda Pinheiro Klüppel, respectivamente técnica e professora da Universidade Federal da Bahia, que já vinham desenvolvendo estudos e pesquisas práticas dentro dessa linha preventiva. Acreditamos que o resultado alcançado contribuirá para uma renovação e aperfeiçoamento da preservação dos bens culturais de natureza material.
Foi elaborado pelo GT-IPHAN –Programa Monumenta/Bid – com a colaboração de técnicos desse IPHAN e consultores autônomos, com apoio da UNESCO, através do Acordo de Cooperação Técnica entre o MinC e este organismo.