No processo de verificação da qualidade de produção e propriedades do concreto armado que influenciam na durabilidade de uma estrutura, o ensaio comumente realizado é o de compressão axial em corpos de prova, conforme prescrições da ABNT NBR 5739:2007. Porém, apenas a verificação laboratorial de corpos de prova moldados em condições ideais, não reflete a realidade do canteiro de obra.
A possibilidade de monitorar suas propriedades mecânicas recorrendo a ensaios não destrutivos (ENDs) facultaria a vantagem adicional dessas análises sem danos às estruturas. A portabilidade dos equipamentos nas medições in situ facilitaria sobremaneira esse monitoramento contínuo do controle de qualidade, além de abranger outros setores de verificação que não apenas a resistência à compressão.
Com esse objetivo, procedeu-se um estudo de caso utilizando-se ensaios de carbonatação, ultrassonografia, resistividade elétrica, esclerometria e, com o auxílio do Software OriginPro 8.0 e da expressão matemática do coeficiente de Pearson, analisou-se a existência de correlação aceitável estatisticamente entre número expressivo de valores medidos dentre todos os resultados dos ENDs, com o ensaio de compressão axial. Foi realizado também o ensaio de potencial de corrosão em corpos de prova de concreto armado para exemplificar seu funcionamento. Ficou evidente a viabilidade dos ENDs, além do ensaio de compressão axial, também nos canteiros de obras, para o monitoramento contínuo do desempenho estrutural, característica imperiosa durante sua vida útil.